sexta-feira, 8 de dezembro de 2006

Cheias no Bombarral

 Quando os níveis de precipitação são elevados a capacidade dos nossos rios é facilmente ultrapassada. O rio da Corga e o Real há muitos anos que dão problemas nos Invernos mais chuvosos. No entanto, a ausência de uma política de desenvolvimento sustentado tem agravado os riscos.

Não é necessário ser muito velho para ter memória de grandes cheias na zona baixa do Bombarral. O que tem sido feito para evitar essas situações?
A Real 21 tem vindo a chamar a atenção para o tratamento a dar às Zonas Inundáveis, pois sabemos que o rio Real não tem capacidade para comportar toda a água que lhe chega em situações de tempestade. No entanto, apesar de tudo, tem existido alguma sorte. As consequências de algumas decisões erradas têm sido proteladas pela sequência de Invernos pouco chuvosos.

O problema da impermeabilização

A impermeabilização dos solos, resultante do crescimento da urbe, diminui drasticamente o volume de água infiltrada fazendo aumentar, consequentemente, a escorrência. Há, portanto, cada vez mais água a chegar aos rios sobretudo quando as chuvas são intensas e de longa duração. Não se trata de um problema exclusivo do Bombarral, mas um factor a considerar nas decisões tomadas no quadro do planeamento urbanístico.

Zonas inundáveis

Quem tem mais de 30 anos recorda-se da frequência com que a zona onde se encontra instalado o actual polo 2 da Zona de Comércio e Serviços ficava inundada. Antes de a água chegar à linha do comboio já o rio tinha tansbordado para esse local que funcionava como um "fusível".
A edificação da Zona de Comércio e Serviços implicou uma elevação do miolo central daquela zona inundável. Agora, o "fusível" foi eliminado como se pode observar na imagem. A margem direita do Corga está, de facto, intacta enquanto, na esquerda, a água já se prepara para entrar na estação. Para montante, estão bens e pessoas lesadas por este erro crasso e a quem o futuro promete grandes dissabores.