domingo, 17 de dezembro de 2006

Rio Real provocou prejuizos avultados na Q.ta da Granja

As chuvas de 24 de Novembro deixaram marcas profundas na Quinta da Granja. O rio Real invadiu terreno agrícola provocando prejuízos avultados. Um exemplo didáctico de como intervenções aparentemente inofensivas podem pagar-se caro no futuro.

Há muito que se sabe que o rio Real não ten capacidade para comportar toda a água que lhe chega em situação de tempestade. Este é um exemplo concreto de que a eliminação de zonas inundáveis ( e outras e intervenções menos pensadas), pode ter consequências quer a montante quer a jusante.

Apesar de o declive do rio ser relativamente pequeno, em situações como a que se verificou recentemente, a corrente possui grande energia devido ao enorme volume de água contido num leito que no Verão parece exagerado, mas que no Inverno pode revelar-se manifestamente insuficiente. Parte daquela energia dissipa-se precisamente nos locais onde o rio transborda.

Quando não existem zonas onde a energia se possa dissipar, a natureza procura soluções alternativas e actua em locais onde encontre maior fragilidade ou onde, por alguma razão, se verifique uma concentração de energia como, por exemplo, na parte côncava das curvas mais apertadas.

Eis o que aconteceu na Quinta da Granja. A ira das águas destruiu a margem direita e galgou os terrenos agrícolas provocando sérios danos. O responsável por esta situação é o rio, pois claro! Pelo menos assim a culpa não morre solteira e ao rio ninguém pode exigir que assuma responsabilidades.

A vereação camarária foi visitar o local, uma atitude que consideramos louvável pois esta é uma lição meticulosamente preparada pela natureza. Aprender com os erros do passado continua a ser, por excelência, uma forma de crescer e evoluir intelectualmente!