As chuvas de 24 de Novembro deixaram marcas profundas na Quinta da Granja. O rio Real invadiu terreno agrícola provocando prejuízos avultados. Um exemplo didáctico de como intervenções aparentemente inofensivas podem pagar-se caro no futuro.
Há muito que se sabe que o rio Real não ten capacidade para comportar toda a água que lhe chega em situação de tempestade. Este é um exemplo concreto de que a eliminação de zonas inundáveis ( e outras e intervenções menos pensadas), pode ter consequências quer a montante quer a jusante.
Apesar de o declive do rio ser relativamente pequeno, em situações como a que se verificou recentemente, a corrente possui grande energia devido ao enorme volume de água contido num leito que no Verão parece exagerado, mas que no Inverno pode revelar-se manifestamente insuficiente. Parte daquela energia dissipa-se precisamente nos locais onde o rio transborda.
Quando não existem zonas onde a energia se possa dissipar, a natureza procura soluções alternativas e actua em locais onde encontre maior fragilidade ou onde, por alguma razão, se verifique uma concentração de energia como, por exemplo, na parte côncava das curvas mais apertadas.
Eis o que aconteceu na Quinta da Granja. A ira das águas destruiu a margem direita e galgou os terrenos agrícolas provocando sérios danos. O responsável por esta situação é o rio, pois claro! Pelo menos assim a culpa não morre solteira e ao rio ninguém pode exigir que assuma responsabilidades.
A vereação camarária foi visitar o local, uma atitude que consideramos louvável pois esta é uma lição meticulosamente preparada pela natureza. Aprender com os erros do passado continua a ser, por excelência, uma forma de crescer e evoluir intelectualmente!
domingo, 17 de dezembro de 2006
sexta-feira, 8 de dezembro de 2006
Cheias no Bombarral
Quando os níveis de precipitação são elevados a capacidade dos nossos rios é facilmente ultrapassada. O rio da Corga e o Real há muitos anos que dão problemas nos Invernos mais chuvosos. No entanto, a ausência de uma política de desenvolvimento sustentado tem agravado os riscos.
Não é necessário ser muito velho para ter memória de grandes cheias na zona baixa do Bombarral. O que tem sido feito para evitar essas situações?
A Real 21 tem vindo a chamar a atenção para o tratamento a dar às Zonas Inundáveis, pois sabemos que o rio Real não tem capacidade para comportar toda a água que lhe chega em situações de tempestade. No entanto, apesar de tudo, tem existido alguma sorte. As consequências de algumas decisões erradas têm sido proteladas pela sequência de Invernos pouco chuvosos.
O problema da impermeabilização
A impermeabilização dos solos, resultante do crescimento da urbe, diminui drasticamente o volume de água infiltrada fazendo aumentar, consequentemente, a escorrência. Há, portanto, cada vez mais água a chegar aos rios sobretudo quando as chuvas são intensas e de longa duração. Não se trata de um problema exclusivo do Bombarral, mas um factor a considerar nas decisões tomadas no quadro do planeamento urbanístico.
Zonas inundáveis
Quem tem mais de 30 anos recorda-se da frequência com que a zona onde se encontra instalado o actual polo 2 da Zona de Comércio e Serviços ficava inundada. Antes de a água chegar à linha do comboio já o rio tinha tansbordado para esse local que funcionava como um "fusível".
A edificação da Zona de Comércio e Serviços implicou uma elevação do miolo central daquela zona inundável. Agora, o "fusível" foi eliminado como se pode observar na imagem. A margem direita do Corga está, de facto, intacta enquanto, na esquerda, a água já se prepara para entrar na estação. Para montante, estão bens e pessoas lesadas por este erro crasso e a quem o futuro promete grandes dissabores.
Não é necessário ser muito velho para ter memória de grandes cheias na zona baixa do Bombarral. O que tem sido feito para evitar essas situações?
A Real 21 tem vindo a chamar a atenção para o tratamento a dar às Zonas Inundáveis, pois sabemos que o rio Real não tem capacidade para comportar toda a água que lhe chega em situações de tempestade. No entanto, apesar de tudo, tem existido alguma sorte. As consequências de algumas decisões erradas têm sido proteladas pela sequência de Invernos pouco chuvosos.
O problema da impermeabilização
A impermeabilização dos solos, resultante do crescimento da urbe, diminui drasticamente o volume de água infiltrada fazendo aumentar, consequentemente, a escorrência. Há, portanto, cada vez mais água a chegar aos rios sobretudo quando as chuvas são intensas e de longa duração. Não se trata de um problema exclusivo do Bombarral, mas um factor a considerar nas decisões tomadas no quadro do planeamento urbanístico.
Zonas inundáveis
Quem tem mais de 30 anos recorda-se da frequência com que a zona onde se encontra instalado o actual polo 2 da Zona de Comércio e Serviços ficava inundada. Antes de a água chegar à linha do comboio já o rio tinha tansbordado para esse local que funcionava como um "fusível".
A edificação da Zona de Comércio e Serviços implicou uma elevação do miolo central daquela zona inundável. Agora, o "fusível" foi eliminado como se pode observar na imagem. A margem direita do Corga está, de facto, intacta enquanto, na esquerda, a água já se prepara para entrar na estação. Para montante, estão bens e pessoas lesadas por este erro crasso e a quem o futuro promete grandes dissabores.
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